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Iniciativas globais para proteção de áreas marinhas protegidas

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A conservação dos ecossistemas marinhos é crucial para a manutenção da biodiversidade e dos serviços ambientais que esses ecossistemas oferecem. Ao longo dos anos, diversas iniciativas globais têm sido implementadas para a proteção das áreas marinhas protegidas (AMPs). Este texto aborda algumas dessas iniciativas, priorizando exemplos do contexto nacional brasileiro e fornecendo informações detalhadas e dados relevantes.

Importância das Áreas Marinhas Protegidas

As Áreas Marinhas Protegidas são regiões designadas para a conservação da vida marinha e dos habitats costeiros. Elas desempenham um papel essencial na preservação da biodiversidade, proteção de espécies ameaçadas e manutenção dos serviços ecossistêmicos, como a pesca sustentável e o turismo. Estudos mostram que as AMPs podem aumentar a biomassa marinha em até 670%, tornando-se fundamentais para a resiliência dos oceanos (UNEP, 2021).

Iniciativas Globais para a Proteção das Áreas Marinhas

A Convenção sobre a Diversidade Biológica é um tratado internacional que visa promover a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados do uso dos recursos genéticos. Um dos seus principais objetivos é proteger pelo menos 10% das áreas marinhas e costeiras até 2020, meta conhecida como Meta 11 de Aichi. Em 2020, essa meta foi reformulada durante a 15ª Conferência das Partes (COP 15) da CDB, visando agora a proteção de 30% das áreas marinhas até 2030.

Canais de Atendimento

Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Atlântico Sul

A Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Atlântico Sul é uma iniciativa que envolve países da América do Sul e da África, visando a criação de uma rede interconectada de AMPs. Esta rede facilita a cooperação entre os países para a gestão das áreas protegidas, monitoramento da biodiversidade e combate à pesca ilegal. No Brasil, a criação da Rede Nacional de Monitoramento e Conservação da Biodiversidade Marinha (Rebimar) é um exemplo de como essa iniciativa tem sido implementada a nível nacional.

Campanha Global “30×30′

A campanha “30×30′ é uma iniciativa liderada pela High Ambition Coalition for Nature and People, que tem como objetivo proteger 30% das terras e oceanos do mundo até 2030. Esta campanha conta com o apoio de diversos países, ONGs e instituições científicas. No Brasil, essa campanha tem incentivado a ampliação das AMPs, como a criação das reservas marinhas no Arquipélago de São Pedro e São Paulo e na cadeia de montanhas submersas do Atol das Rocas.

Exemplos Nacionais de Proteção Marinha

Reserva Biológica Marinha do Arvoredo

Localizada no litoral de Santa Catarina, a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo é uma das principais AMPs do Brasil. Criada em 1990, a reserva abrange uma área de aproximadamente 17.600 hectares, protegendo uma diversidade de espécies marinhas, incluindo corais, peixes e moluscos. A gestão da reserva é realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que promove ações de monitoramento e fiscalização para garantir a conservação da área.

Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha

O Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha é um dos exemplos mais emblemáticos de proteção marinha no Brasil. Estabelecido em 1988, o parque abrange uma área de 112,7 km² e é conhecido por sua rica biodiversidade, incluindo tartarugas marinhas, golfinhos e tubarões. O parque é gerido pelo ICMBio, que realiza diversas atividades de pesquisa, monitoramento e educação ambiental para promover a conservação dos ecossistemas marinhos da região.

APA Marinha da Baía de Ilha Grande

A Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha da Baía de Ilha Grande, localizada no estado do Rio de Janeiro, é uma importante AMP que visa proteger os ecossistemas marinhos e costeiros da região. Criada em 1983, a APA cobre uma área de cerca de 190.000 hectares, abrangendo diversas ilhas e enseadas. A gestão da APA é realizada pelo ICMBio, que desenvolve ações de fiscalização, monitoramento e envolvimento comunitário para promover a conservação e o uso sustentável dos recursos marinhos.

Desafios e Oportunidades para a Conservação Marinha no Brasil

Apesar dos avanços na criação e gestão das AMPs, o Brasil enfrenta diversos desafios para a conservação marinha. A pesca ilegal, a poluição e as mudanças climáticas são algumas das principais ameaças aos ecossistemas marinhos. No entanto, existem oportunidades para melhorar a proteção das áreas marinhas, como o fortalecimento das políticas públicas, a ampliação das AMPs e o envolvimento das comunidades locais na gestão das áreas protegidas.

Fortalecimento das Políticas Públicas

Para garantir a efetividade das AMPs, é fundamental fortalecer as políticas públicas de conservação marinha. Isso inclui a criação de novas áreas protegidas, o aprimoramento da legislação ambiental e o aumento dos investimentos em pesquisa e monitoramento. A implementação de políticas integradas de gestão costeira e marinha também é essencial para promover a conservação dos ecossistemas marinhos.

As iniciativas globais para a proteção das Áreas Marinhas Protegidas são fundamentais para a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade dos ecossistemas marinhos. No Brasil, os exemplos de sucesso, como a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e a APA Marinha da Baía de Ilha Grande, demonstram a importância dessas áreas para a preservação da vida marinha. No entanto, é necessário enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades para fortalecer a conservação marinha no país.

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