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Entenda como a economia azul está protegendo os oceanos

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A economia azul é uma abordagem econômica que busca equilibrar o desenvolvimento humano e a preservação dos recursos marinhos. Proposta pelo economista belga Gunter Pauli, a ideia é explorar os oceanos e seus recursos de forma sustentável, promovendo o crescimento econômico sem prejudicar os ecossistemas marinhos. Diferente da economia tradicional, que muitas vezes se baseia na exploração excessiva e destrutiva dos recursos naturais, a economia azul defende práticas que respeitem os limites ecológicos e contribuam para a regeneração ambiental.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), os oceanos são responsáveis por mais de 70% do oxigênio que respiramos e absorvem cerca de 30% do dióxido de carbono produzido pela humanidade. Além disso, eles oferecem sustento para bilhões de pessoas, seja por meio da pesca, do turismo ou de outras atividades econômicas. Contudo, práticas como a pesca predatória, a poluição e as mudanças climáticas ameaçam a integridade desses ecossistemas. A economia azul surge como uma solução viável para proteger os oceanos, ao mesmo tempo em que promove a prosperidade econômica.

A relevância econômica dos oceanos

Os oceanos são um pilar da economia global, representando aproximadamente 5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, segundo o Fórum Econômico Mundial. Atividades como transporte marítimo, pesca, turismo e exploração de petróleo e gás são fundamentais para a economia de muitos países. No entanto, essas atividades, quando realizadas de maneira insustentável, causam danos ambientais significativos.

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Um exemplo disso é a indústria pesqueira, que gera cerca de 120 milhões de empregos no mundo todo, mas enfrenta desafios como a sobrepesca e a destruição de habitats. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), 34% dos estoques pesqueiros globais estão explorados além de sua capacidade sustentável. A economia azul busca reverter esse cenário ao incentivar práticas de pesca que respeitem a biodiversidade e garantam a recuperação dos estoques marinhos.

Iniciativas globais em prol da economia azul

Governos, organizações internacionais e empresas privadas têm se mobilizado para implementar iniciativas que promovam a economia azul. A Comissão Europeia, por exemplo, lançou a Estratégia para a Economia Azul Sustentável, que visa fomentar o crescimento econômico sustentável em setores como energia renovável, biotecnologia marinha e turismo. Essa estratégia inclui investimentos em tecnologias inovadoras que minimizem os impactos ambientais das atividades marítimas.

Na África, a economia azul tem se tornado uma prioridade para muitos países costeiros. O Quênia, por exemplo, estabeleceu políticas para aumentar a sustentabilidade na pesca e no turismo marinho, além de promover a aquicultura como alternativa à pesca excessiva. Esses esforços têm contribuído para o desenvolvimento econômico local, ao mesmo tempo em que protegem os recursos naturais.

O papel das áreas marinhas protegidas

As áreas marinhas protegidas (AMPs) são uma das ferramentas mais eficazes para implementar a economia azul. Essas regiões são delimitadas para restringir atividades humanas que possam prejudicar os ecossistemas marinhos, como a pesca predatória e a exploração de petróleo. Estudos mostram que as AMPs podem aumentar a biodiversidade, melhorar os estoques pesqueiros e fortalecer a resiliência dos ecossistemas às mudanças climáticas.

De acordo com o relatório “Protected Planet”, cerca de 7,9% dos oceanos globais estão atualmente protegidos por AMPs. A meta da ONU, estabelecida no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, é aumentar esse percentual para 30% até 2030. Para alcançar esse objetivo, é fundamental garantir que as AMPs sejam bem gerenciadas e adequadamente financiadas, o que inclui o envolvimento das comunidades locais na tomada de decisões.

O impacto das mudanças climáticas nos oceanos

As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios para a saúde dos oceanos e a viabilidade da economia azul. O aumento da temperatura global está provocando o aquecimento dos oceanos, a acidificação das águas e o derretimento das calotas polares, com consequências devastadoras para a vida marinha. Por exemplo, os recifes de coral, que abrigam cerca de 25% das espécies marinhas, estão em risco devido ao aumento da temperatura e à acidificação dos oceanos.

A economia azul busca mitigar esses impactos ao investir em soluções que reduzam as emissões de carbono e promovam a resiliência dos ecossistemas marinhos. Tecnologias de captura e armazenamento de carbono, bem como a restauração de habitats como manguezais e pradarias marinhas, têm se mostrado promissoras para enfrentar os desafios climáticos.

A energia renovável como aliada da economia azul

A transição para fontes de energia renovável é essencial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e proteger os oceanos. A economia azul incentiva o desenvolvimento de tecnologias como a energia eólica offshore, que aproveita o vento no alto-mar para gerar eletricidade. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), a capacidade instalada de energia eólica offshore deve crescer 15 vezes até 2040, contribuindo significativamente para a descarbonização da matriz energética global.

A energia das ondas e das correntes marítimas também tem um grande potencial para complementar as fontes renováveis. Países como Reino Unido e Portugal estão liderando pesquisas e projetos-piloto nessa área, demonstrando que é possível gerar energia de forma sustentável sem comprometer os ecossistemas marinhos.

A economia azul não é apenas uma solução para os desafios ambientais, mas também uma oportunidade para criar empregos, promover a inclusão social e fortalecer a resiliência das comunidades costeiras. Ao proteger os oceanos, estamos garantindo um futuro mais próspero e sustentável para as próximas gerações.

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