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Créditos de Carbono na Bolsa de Valores – Como operar e comercializar na B3 (Ibovespa)

Vender créditos Comprar créditos

Os impactos ambientais causados pela emissão de CO² na atmosfera tornaram-se uma das maiores preocupações acerca da situação do nosso planeta.

Inúmeras atitudes estão sendo pensadas e articuladas para reduzir essa emissão e, dessa forma, surgiu o conceito de Créditos de Carbono.

Um mercado que já está a todo vapor em países da Europa e na China tende a impulsionar a economia do Brasil nos próximos anos, visto que, somente em 2020 foram movimentados 229 bilhões de euros, de acordo com a XP Investimentos.

Canais de Atendimento

O PL (Projeto de Lei) 528/2021, que determina a implementação do mercado de crédito de carbono no Brasil, já está em discussão na Câmara dos Deputados.

Com a aprovação desta lei, os créditos de carbono passarão a ser comercializados na B3 – Bolsa de Valores do Brasil e os interessados devem começar a corrida para elaborar as estratégias de redução e emissão no país.

Acompanhe conosco e saiba como vai funcionar o mercado de créditos de carbono no Brasil!

Como conseguir créditos de carbono?

Primeiro de tudo, é preciso considerar que um crédito de carbono equivale a redução da emissão de uma tonelada de carbono na atmosfera.

Dessa forma, entende-se que determinadas ações sustentáveis precisam ser tomadas para chegar a essa quantidade de redução.

Algumas medidas como substituir combustíveis não renováveis das fábricas por biomassas renováveis, diminuição do desmatamento, campanhas de consumo consciente etc., são excelentes maneiras de contribuir para a redução da emissão de carbono.

A partir daí, é feito um cálculo para saber quanto de carbono deixou-se de emitir na atmosfera, gerando um crédito de carbono por tonelada.

Os valores de um crédito de carbono

O crédito de carbono é a moeda utilizada no mercado de créditos de carbono.

Assim como foi mencionado, cada crédito equivale a uma tonelada de carbono não emitida pelo país em questão.

Se um país deixou de emitir 1 milhão de toneladas de carbono na atmosfera, ele poderá obter 1 milhão de créditos de carbono para serem comercializados no mercado financeiro em forma de títulos.

Os valores de um crédito de carbono são determinados com base no dólar e variam entre US$ 1 e US$ 137.

No entanto, esses valores tendem a se multiplicar progressivamente até 2030.

Por isso, as expectativas de ingresso no mercado de créditos de carbono são bastante motivadoras para a economia do Brasil.

No caso do mercado europeu, as transações estão batendo recordes e a espera-se que os números cresçam de maneira acelerada daqui pra frente.

Um crédito de carbono chegou a custar 57,87 euros em julho deste ano.

Diversos fatores impulsionaram esse crescimento nos valores do crédito de carbono, dentre eles estão o apoio político, aumento da demanda por certificados de carbono no mercado financeiro, além do consenso entre analistas com previsão de altas ainda maiores nos preços.

A grande questão é que a oferta de crédito de carbono ainda é limitada em todo o mundo, sendo que a demanda é obrigatória, visando conter a emissão de gases poluentes no planeta.

Sendo assim, os países estão sendo obrigados a investir em créditos de carbono para garantir as suas metas de sustentabilidade, o que motiva os detentores de carbono a aumentarem os preços.

Como fazer para vender crédito de carbono?

Em se tratando das vendas de créditos de carbono, uma empresa só poderá ingressar nesse mercado se ela conseguir contribuir com a sustentabilidade do planeta.

Ações como o plantio de árvores são favoráveis a absorção do dióxido de carbono, além de evitar esses gases poluentes na atmosfera.

Ao reduzir emissões de CO², a empresa passa a ter condições de obter créditos de carbono a cada tonelada não emitida e pode transformar esses créditos em títulos a serem negociados na bolsa de valores.

No caso de um dono de uma empresa de reflorestamento que deseja expandir a sua área florestal, além de manter as suas árvores, pode vender créditos de carbono, a partir do seguinte passo a passo:

  1. Ter um projeto passível de geração de créditos de carbono (florestas, projetos de redução de desmatamento, geradoras de energias renováveis etc.);
  2. Se cadastrar no site da CredCarbo para receber assessoria em todas as etapas do processo;
  3. Estar com toda a documentação do projeto em dia;
  4. Conhecer e seguir cada etapa do projeto, conforme o pipeline enviado pela CredCarbo;
  5. Receber a visita de fiscais internacionais para validar e fazer a auditoria dos dados do projeto;
  6. Após isso os créditos são registrados e emitidos por organizações internacionais e poderá ser feita a comercialização.

Portanto, para vender crédito de carbono, o país ou empresa precisa investir em projetos sustentáveis que promovam melhorias ao planeta, mediante a redução da emissão de gases poluentes na atmosfera.

Somente assim, as nações poderão atingir as suas metas de redução e emissão de CO², conseguindo gerar créditos de carbono excedente para serem comercializados no mercado financeiro em forma de títulos.

É verdade que essa não é uma tarefa fácil, visto que alguns países precisam bater metas bastantes altas de redução e emissão e, aqueles que não conseguem, devem comprar créditos de carbono de outros países, ao invés de ter para vender.

O mercado de créditos de carbono

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (da sigla em inglês, UNFCCC), que aconteceu no Rio de Janeiro durante a ECO-92, deu origem ao mercado de carbono.

O objetivo principal consiste em fomentar a redução da emissão de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera pelos países em todo o mundo.

Algumas metas de redução e emissão ficaram estabelecidas para cada país, mediante o Protocolo de Kyoto e, a cada uma tonelada de CO² não emitida, aquele país passa a ter direito a um crédito de carbono que deve servir para bater as metas, sendo que os excedentes poderão ser comercializados no mercado de carbono.

Em geral, existe uma corrida pela redução de carbono em todo o mundo, visando a obtenção de créditos para comercialização, visto que, este tem sido um mercado bastante promissor dentre os países europeus e asiáticos.

Muitos projetos sustentáveis passaram a ser desenvolvidos em diversos países para fomentar a diminuição da emissão de CO² na atmosfera.

Não é de agora que o planeta pede socorro, mediante os fortes impactos gerados com o efeito estufa e o mercado de créditos de carbono vem intensificando essa busca por melhorias na preservação do meio ambiente e da vida.

O Brasil tem grandes possibilidades de se tornar um líder mundial do mercado de créditos de carbono, gerando expectativas de bater R$ 100 bilhões para a economia do país até 2030.

As duas principais bolsas de créditos da atualidade são: Chicago Climate Exchange e a European Union Emissions Trading Scheme.

É possível comprar crédito de carbono na B3?

Uma empresa que está interessada em zerar sua emissão de CO² e precisa comprar crédito de carbono, precisa seguir o seguinte passo a passo:

  1. Validar uma operação em andamento com a documentação em dia;
  2. Confirmar a emissão, validação, certificação e homologação dos créditos de carbono por empresas internacionais encarregadas;
  3. Verificar se os créditos a serem comprados já foram emitidos para outras empresas, evitando o investimento duplicado no mesmo crédito.
    A CredCarbo é responsável por orientar a sua empresa em cada uma dessas etapas de compra.

A valorização do crédito de carbono vem crescendo aceleradamente, considerando que, em 2018, um crédito de carbono custava 16,06 euros e em abril de 2021 passou a custar mais de 46 euros.

Atualmente, o mercado europeu é o maior em se tratando de créditos de carbono em todo o mundo, responsável por 75% do volume de negócios neste setor, através do EU ETS (Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia).

O que se espera é que seja aprovado o PL (Projeto de Lei) 528/2021, determinando a criação do mercado de créditos de carbono na Bolsa de Valores do Brasil – B3, impulsionando a compra e venda de créditos de carbono entre países, empresas e pessoas físicas.

Sabendo que o Brasil possui um enorme potencial para redução da emissão de gases poluentes na atmosfera, inclusive mediante o seu acervo florestal, o país tende a ser um dos principais comercializadores de créditos de carbono, através da B3.

No entanto, já existe uma forma de investimento na B3 regulamentada para o mercado de créditos de carbono do Brasil: a moeda de biocombustíveis ou CBIO.

Essa moeda foi criada mediante a criação do RenovaBio, tendo em vista a descarbonização via combustível, como uma das medidas de cumprimento do Acordo de Paris.

O CBIO, também conhecido como Créditos de Descarbonização, possui a mesma equivalência quanto a emissão prevista para os créditos de carbono. Ou seja, a cada tonelada de dióxido de carbono não emitida pode-se obter um CBIO.

Os Créditos de Descarbonização já estão sendo comercializados na B3 e é uma via para os investidores que desejam ingressar neste mercado, além de não possuir restrições para obter os créditos.

Entenda como vender CBIO

Os créditos de descarbonização são emitidos pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mediante o RenovaBio.

Em suma, existe um processo para que as empresas possam vender CBIO na B3. Confira como funciona a partir desse passo a passo!

  1. A ANP calcula a quantidade de créditos de descarbonização obtidos e emite uma Nota de Eficiência Energético-Ambiental por tipo de produto;
  2. A usina torna-se apta a enviar Notas Fiscais (NFs) de venda para a Plataforma CBio de modo a gerar pré-CBIO. As emissões precisam ocorrer com intervalos entre 15 e 60 dias;
  3. Os certificados são validados e o sistema gera a quantidade de pré-CBIO estipulada na nota;
  4. O banco escriturador registra a quantidade de pré-CBIO na B3 e esses créditos se transformam em CBIO;
  5. Os créditos de descarbonização ficam disponíveis para comercialização na B3 e podem ser negociados entre países, empresas ou pessoas físicas.

Saiba quem pode comprar CBIOs

Em abril de 2020, os créditos de descarbonização passaram a ter valor no mercado financeiro, dando início as negociações entre os agentes.

É verdade que os distribuidores de combustíveis têm sido os principais investidores em CBIO no mercado de carbono brasileiro, porém qualquer outro tipo de investidor pode obter os títulos.

Na prática, os investidores em geral, seja de empresas, pessoas físicas ou até de outros países não podem ter acesso direto ao CBIO na B3.

Será necessário possuir um representante que será o responsável por incluir e confirmar as transações na plataforma.

Vale considerar que os créditos de descarbonização não possuem validade e podem ser negociadas até o detentor solicitar a sua aposentadoria.

O papel da B3 no CBIO

É notória a crise climática enfrentada no Brasil ao longo dos últimos anos, o que tem gerado inúmeros desafios para o país na busca por equilibrar a emissão de gases poluentes na atmosfera, através de ações sustentáveis nos mais diversos segmentos.

48% da emissão de gases no país são causados pelo índice de desmatamento que, em sua maioria, ocorre ilegalmente.

Nos últimos anos, as áreas desmatadas cresceram consideravelmente atingindo recordes históricos e grandes tragédias ambientais.

Entre os anos de 2019 e 2021, os registros de desmatamentos subiu 70% em comparação aos três anos anteriores, conforme o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

É nesse contexto que a B3 começa a atuar na comercialização dos créditos de descarbonização no país.

A estratégia da RenovaBio de impulsionar a redução da emissão de carbono na atmosfera só pode ser efetivada através da B3.

Ela é a responsável por organizar o ambiente para emissão, promover a negociação e aposentadoria do CBIO.

A partir do momento que ocorre todo processo de escrituração e registro dos títulos, as negociações passam a ser feitas na bolsa de valores do Brasil.

Ganhando dinheiro com crédito de carbono

Já deu para notar o quanto os créditos de carbono podem ser lucrativos, principalmente nos próximos anos, com a criação do mercado de créditos de carbono no Brasil de maneira efetiva, não é?

Por isso, é preciso se preparar para aproveitar as boas oportunidades de investimento neste mercado, visto que a sustentabilidade já uma pauta bastante valorizada em todos os setores do mercado financeiro.

Em todo o mundo já existe um processo de conscientização quanto aos impactos das ações do homem nas crises climáticas enfrentadas no planeta.

Os Estados Unidos, a União Europeia e os países asiáticos já estão faturando bilhões com a venda de crédito de carbono no mercado financeiro e essa é uma realidade prevista para o Brasil num futuro próximo.

No entanto, os investimentos em crédito de carbono precisam ser bem avaliados, de modo a entender se eles estão de acordo ao seu perfil de investidor e atendem aos seus objetivos.

Por ser um título considerado ainda especulativo para os iniciantes, é importante estudar o mercado antes de se lançar nos investimentos.

Para entender melhor acerca da implementação do mercado de créditos de carbono na B3 é importante estar por dentro dos seguintes documentos:

Os seguintes documentos legais podem ajudá-lo:

• Lei 13.576/2017 – Trata da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).
• Decreto 9.888/2019 – Define as metas compulsórias de redução de emissões de gases de efeito estufa e institui o Comitê RenovaBio.
• Portaria 419/2019 – Aborda sobre a escrituração, registro, negociação e aposentadoria dos créditos de descarbonização.

O Brasil pode atrair grandes investimentos no mercado de crédito de carbono

A política ambiental brasileira tem atraído investidores internacionais de forma progressiva e esse contexto tende a se ampliar, a partir do mercado de crédito de carbono.

Entender como funciona o investimento em crédito de carbono é bastante simples: o país que polui mais precisa comprar créditos de carbono dos países que poluem menos.

É nessa perspectiva que o Brasil ganha destaque, visto que o país possui um grande potencial de descarbonização, principalmente no que diz respeito às suas florestas.

Diversos projetos sustentáveis já estão sendo criados para conter a emissão de CO² na atmosfera, dentre eles está o Floresta+.

Com isso, o Brasil pode gerar receitas líquidas de US$ 16 bilhões a US$ 72 bilhões até 2030 através do mercado de créditos de carbono na B3.

O que já se vê são mercados voluntários de carbono atuando para neutralizar os impactos de suas emissões e os resultados são bastante favoráveis, aumentando ainda mais as expectativas dos investidores.

Assim, o mercado de créditos de carbono no Brasil tem gerado credibilidade para o país que já prevê uma onda de investimentos lucrativos neste setor.

O próprio projeto Floresta+ fornece informações suficientes para se entender que não haverá perda, o que gera otimismo para os investidores.

A verdade é que essa é a hora de investir em créditos de carbono no mercado brasileiro.

Conclusão

Consequentemente, percebe-se que o mercado de créditos de carbono no Brasil é um negócio promissor e de grande importância no mundo atual.

A busca cada vez maior pela redução da emissão de dióxido de carbono, a partir de projetos sustentáveis por todos os países do mundo, revelam o quão lucrativo pode ser o mercado de carbono para o Brasil.

Os investidores já estão se movimentando para a compra e venda de créditos de carbono, assim que a lei de implementação do mercado de créditos de carbono no Brasil for aprovada na Câmara.

Vale considerar também que já existe a comercialização de CBIO na B3 e o retorno sobre o investimento neste mercado vem sendo bastante favorável e lucrativo.

A ideia é que tanto o CBIO, quanto o crédito de carbono se tornem grandes motores no crescimento da economia do Brasil nos próximos anos e quem almeja obter altos faturamentos neste mercado precisa começar agora mesmo a planejar ações estratégicas para este tipo de investimento.

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