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Crédito de Carbono em Ilhéus – Vendendo e comprando créditos

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A cidade de Ilhéus é mundialmente conhecida por ser cenário de alguns dos romances escritos por Jorge Amado, inclusive Gabriela, Cravo e Canela e Capitães de Areia. Localizada ao sul da Bahia e conhecida também como a “Princesinha do Sul”, Ilhéus é a capital do cacau no Brasil e ainda tem a economia baseada na agricultura, mas com forte apelo também no turismo e em indústrias.

Entre momentos de grande desenvolvimento econômico e forte retração, Ilhéus vive de contrastes em suas finanças. Além disso, também é uma cidade que apresenta preocupação em cuidar do meio ambiente, mas é grande a poluição nas praias e encostas, que vem provocado problemas com sua população. O mesmo ocorre com as indústrias e agricultura, que irão se beneficiar com os créditos de carbono em busca da diminuição da emissão de gases à atmosfera.

Dos livros de Jorge Amado, para a reinvenção da sua economia e própria identidade

Fundada em 1534 como São Jorge dos Ilhéus, o município foi um expoente no ciclo da cana no século XVI e desde o século XVIII até XX despontou com maior produtor de cacau do mundo. Na verdade, foi a cidade quem iniciou a produção mundial, ganhando forte concorrência em países da América Central e África.

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Mas perdeu o título por sofrer por anos com uma enfermidade chamada “vassoura-de-bruxa” (Moniliophtera perniciosa), que atingiu as plantações e diminuiu drasticamente as produções que eram de 390 mil toneladas até 1988 para menos de 123 toneladas em 2000, segundo dados da Fiocruz.
Além do problema com as plantações, a forte concorrência de preços com países da África afetaram a exportação do produto. Com isso, os famosos barões do cacau, que dominavam a região pelo poder político e financeiro, perderam sua força.

É fácil entender a inspiração que a cidade provocava em Jorge Amado. No início do século XX, Ilhéus possuía palacetes, muitas praças, indústrias, agências para exportação do cacau e também de outros produtos fabricados na cidade, como o sabão, o couro, a madeira, o peixe, etc. Neste período também foram construídos o Palácio do Paranaguá, onde fica a Prefeitura e até uma cópia do Palácio do Catete, casa do coronel Misael Tavares.

Como era praticamente um monopólio na exportação de cacau em 1920, Ilhéus se desenvolveu em grande velocidade, já que os valores eram cada vez mais altos e mais pessoas enriqueciam com o produto, direta e indiretamente. Com isso, produtos caros eram oferecidos a venda e para consumo, com uma modernidade única para região em infraestrutura da época.

Como na literatura, toda essa efervescência atraiu artistas, cabarés, clubes noturnos, circos, cassinos e locais onde era possível gastar o dinheiro. A região sul da Bahia também aproveitou essa bonança, acompanhando o desenvolvimento das suas cidades e áreas agrícolas. Atendendo aos anseios dos coronéis de cacau, foram criadas universidades na cidade, inclusive a Universidade Estadual de Santa Cruz, que até hoje é referência em ensino superior no nordeste.

Com a decadência da exportação de cacau, a cidade precisou se reinventar. Até mesmo no turismo, já que a grande procura era para visitar fazendas de cacau, se tornou focada na natureza e na beleza de suas praias mais afastadas, como a do Norte. Junto ao turismo, o setor de serviços também começou a se desenvolver para dar alicerce e receber os viajantes.

Já o setor industrial ganha destaque no Distrito Industrial de Iguape, onde há um pólo de informática e outras relacionadas ao manuseio e a transformação do cacau. O foco na informática ajudou a abrir novas frentes de trabalho, assim como reaquecer a economia da região. Inclusive, com a abertura de comércio especializado que atrai compradores do Estado e outras regiões.

Além do cacau, Ilhéus também produz a piaçava e o dendê. Todos escoados pelo Porto Sul, seu novo porto que promete revitalizar o progresso econômico da região, aliado a Ferrovia Leste Oeste. Há a previsão de um aeroporto para compor os transportes.

Ações regionais para melhorar o planeta

A preocupação com o meio ambiente e a emissão desordenada de gás carbono na atmosfera, já é uma preocupação antiga em Ilhéus. Em 2019 foi lançado um programa chamado “Guardiões do Clima – Sul da Bahia Global CO2 Legal”, que visa implantar a cultura de compensação da emissão de gases e diminuir o efeito estufa.

Diretamente baseado nos créditos de carbono já regulamentado no Brasil, o projeto visa propor ações efetivas de pessoas físicas e jurídicas para diminuir a poluição do ar. O estímulo são pagamentos pra quem perde e recebimentos para quem consegue atingir as metas, os valores se tornam recursos para conservação.

O crédito de carbono foi criado no Protocolo de Quioto e teve suas diretrizes firmadas no Acordo de Paris. Ele visa um acordo mundial entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, para diminuir a emissão de gás carbono no ar. Ela deve acontecer não só em indústrias, mas também na agricultura, bens e serviços, cotidiano dos centros urbanos e pessoas físicas.

As metas são internacionais, mas definidas de acordo com o país, já que mensura população e outros itens que podem dificultar ou acelerar a obtenção das metas. Afinal, as ações giram desde a troca de combustíveis não renováveis para renováveis, até métodos de produção que não danifiquem o meio ambiente.

Para aqueles que mesmo agindo para diminuir as emissões, ainda não conseguem atingir as metas, podem adquirir créditos de carbono. Considerada uma moeda, cada tonelada de carbono que deixou de ser emitida para a atmosfera, vira um crédito. Empresas que possuem um número de emissão muito alto podem comprar créditos de carbono daquelas que conseguiram bater suas metas e atingir níveis ainda mais altos de contenção. Dessa forma, há uma compensação atmosférica e equilibrada de emissão, fazendo com que as metas possam ser atingidas.

O estímulo, não só da sustentabilidade como também comercial, ajuda a melhorar o clima e a diminuir a poluição do planeta. E pode gerar braços como o caso dos “Guardiões do Clima” em Ilhéus, que se trata de uma micro ação oriundas do crédito de carbono.

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