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Crédito de Carbono em Barretos – Como comprar e vender créditos

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O olhar de urgência sobre as questões climáticas tem deixado o mundo sob alerta. Se não houver ações coletivas e enérgicas, as mudanças poderão causar profunda destruição ao planeta e a raça humana. O tom parece um alarme exagerado, mas a elevação da temperatura vem mostrando que já vivemos uma crise climática sem precedentes.

Diante disso, os países vêm unindo forças para criar alternativas para diminuir a emissão de gás carbono para a atmosfera, já que é o principal causador do efeito estufa. Um dos principais emissores desse gás são os combustíveis fósseis formado por petróleo, carvão e gás natural. Uma dessas ações foi a criação do crédito de carbono, que visa definir metas, para que os países possam encontrar meios de diminuir essa emissão e obterem créditos que são negociáveis até no mercado de valores.

Cidades como Barretos, interior de São Paulo, já vêm utilizando os créditos de carbono para provocar uma mudança importante no manejo com a agricultura, pecuária, indústria e o dia a dia da cidade.

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Um mercado exponente

O exagero da emissão de CO2, o dióxido de carbono, vem provocando o efeito estufa e fazendo notórias modificações no clima do planeta. O assunto já era abordado em pequenos eventos, até a Rio Eco 92, o primeiro grande encontro entre líderes mundiais cujo único tema era falar sobre o clima.

Mas só a partir do ano 2000 é que ações mais efetivas foram colocadas em prática. Uma delas foi determinada no Protocolo de Kyoto, onde um acordo internacional estabeleceu que países desenvolvidos começassem a reduzir a emissão de gás carbono entre os anos de 2008 a 2012. Para que isso acontecesse, era preciso fazer modificações profundas em toda a estrutura da sociedade, buscando inovações mais ecológicas e alternativas mais baratas e eficazes a tudo que provoca essa emissão.

A média era reduzir 5,2% nesse período, fazendo com que os governos calculassem quanto precisariam diminuir, criando metas individualizadas para cada um, de acordo com a infraestrutura do próprio país. Para conseguir atingir suas metas, foram adotadas novas medidas para eficiência energética, mas também surgiu a opção do crédito de carbono.

Quando um país consegue atingir sua meta e ainda lhe sobram índices, ele pode comercializar para aqueles que não conseguiram. Dessa forma, as metas são atingidas por todos e há a possibilidade de lucrar com isso. Cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2, que é medido pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, o MDL, que dá uma certificação para quem atinge suas metas e pode comercializar seus excedentes com os que ainda têm metas a serem cumpridas.

Afinal, mesmo que um país não consiga chegar a um valor positivo anual no controle da emissão de gases, outro superou as expectativas e pode ofertar para que este também fique positivo, com isso, equilibrando coletivamente a redução de gás carbono na atmosfera.

Essa comercialização pode ser feita de forma bilateral, unilateral ou multilateral, já que o fornecedor dos créditos não precisa se limitar a apenas um país. Assim como pode também existir uma intercalação sobre esses créditos entre os países, de acordo com as estações do ano ou outras situações adversas de cada país.

A forma unilateral do crédito de carbono permite que o país em desenvolvimento possa auxiliar na redução das emissões de dióxido de carbono, para então gerar créditos que possam ser comercializados no mercado.

Já o bilateral, um país apresenta seu projeto de redução de gás carbono e o implanta em outro país, chamado de hospedeiro, fazendo com que ambos usufruam desse crédito de carbono. O modo multilateral possui projetos financiados e implementados a partir de fundos internacionais e os valores dos créditos são desses próprios fundos.

Hoje o mercado de carbono já movimenta milhões durante o ano, onde há corretoras que negociam os créditos em bolsas, como a Bolsa de Mercadorias do Futuro. Entre as principais vantagens do crédito de carbono estão a própria não emissão de toneladas de carbono na atmosfera, o auxílio a países com dificuldades em se reestruturar e um forma de beneficiar países ainda em desenvolvimento como hospedeiros de projetos.

Já as desvantagens, alguns ecologistas acreditam que esse artifício positivo pode também, inibir o controle de indústrias poluidoras e que com a possibilidade de compra dos créditos de carbono, podem se manter acomodadas em suas ações inadequadas. O foco nas negociações de crédito de carbono pode também supervalorizá-los e acabar prejudicando países que não detêm as tecnologias suficientes para a implantação de projetos que diminuam as emissões.

Barretos, muito além das feiras agropecuárias

No Brasil, os créditos de carbono são regulamentados no Decreto nº 5.882 de 2006, fazendo com que mais cidades comecem a aderir ao projeto e buscar alternativas mais sustentáveis para também diminuir a emissão de gás carbônico. Barretos, localizada em São Paulo, na região próxima a Ribeirão Preto, é bastante conhecida pela sua Festa do Peão de Boiadeiro, que traz grande número de turistas para o local.

A base da economia de Barretos é a agricultura, o comércio e a prestação de serviços, que abastecem também a região. A indústria de laticínios, borracha, curtume, calçados, cutelaria, assim como é sede de frigoríficos JBS-Friboi e Minerva e Minerva. A cana de açúcar já ocupou a maior parte da cultura local, que hoje também se divide com a laranja, soja, limão, coco, abacate, mamão, palmito, tangerina, banana e abacate.

A cidade possui o Projeto do Parque Agrotecnológico de Barretos, criado pela prefeitura, que permite a pesquisa e desenvolvimento de novos negócios em prol da competitividade entre o agronegócio. Ela também ajuda na implantação dos créditos de carbono, ajudando a trabalhar com alternativas pontuais para a diminuição da emissão de gás carbono e na negociação dos excedentes.

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