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ESG – Entenda o que é, Conceito e Como tornar a empresa ESG

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O que significa ESG?

A sigla ESG, do inglês, designa Environmental, Social and Governance. Em tradução, o acrônimo significa Ambiental, Social e Governança, motivo pelo qual também é chamada de ASG no Brasil.

Muito além de uma mera sigla, o ESG tem se confundido com os próprios conceitos de credibilidade, reputação e responsabilidade socioambiental das empresas. Para entender o ESG, precisamos compreender, em primeiro lugar, que os seus parâmetros estão integralmente espelhados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs).

Este termo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para designar os dezessete macrotemas que resumem os maiores obstáculos e vulnerabilidades da humanidade que precisam ser equacionados até 2030 para que o mundo caminhe para o desenvolvimento sustentável.

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Segundo o órgão da ONU especializado no engajamento de empresas e entidades com princípios de meio ambiente, corrupção, trabalho e direitos humanos, conhecido como Pacto Global, o ESG pode ser entendido como a sustentabilidade empresarial.

Assim, o que é o conceito de empresa ESG? Para o Pacto Global, é aquela organização que detém o conhecimento de quais são os seus impactos no meio ambiente, na sociedade e na economia, permitindo assim que tome ações para mitigar os negativos e reforçar os positivos, bem como minimizar os prejuízos que já foram ocasionados.

Origem do ESG

O acrônimo ESG apareceu pela primeira vez no ano de 2004, em um relatório produzido pelo Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamado de “Who Cares Wins” (em livre tradução, “Quem se Importa Ganha”).

No documento, Kofi Annan, à época Secretário-Geral da ONU, instigou os presidentes das cinquenta maiores instituições financeiras do planeta a aplicar fatores ambientais, sociais e de governança no dia a dia dos mercados de capitais.

Nesse mesmo período, a Iniciativa Financeira do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP-FI) lançou o relatório Freshfield, assim chamado, pois encomendado e elaborado pelo famoso escritório de advocacia Freshfields. O documento tratou da importância de integrar fatores ESG na avaliação financeira de empresas.

Com a consolidação da sigla ESG no ambiente corporativo, o termo passou a substituir e servir como sinônimo de sustentabilidade em pesquisas, relatórios e fóruns de discussão especializados. Assim, o ESG ganhou o significado de ações tomadas por empresas e organizações para se tornarem ambientalmente sustentáveis, socialmente responsáveis e corretamente administradas.

Entenda como funciona ESG

A aplicação do ESG no dia a dia das empresas pode ser resumida como a busca por cultivar uma relação sustentável e responsável com o meio ambiente e com a sociedade, mas sem abandonar a busca por lucros e geração de valor.

Essa busca por maior engajamento com os princípios ESG pode ser mais bem entendida através do conceito de Triple Bottom Line, ou Tripé da Sustentabilidade. Desenvolvido pelo sociólogo John Elkington, ele estabelece que o desempenho das empresas nas áreas ambiental e social devem ser integrados às demonstrações do seu desempenho financeiro.

O Tripé da Sustentabilidade tem como fundamento os chamados três Ps da sustentabilidade, identificados como Planet (Planeta), People (Pessoas) e Profit (Lucro).

O funcionamento do ESG na prática, por ser um tema bastante abrangente, envolve diversas outras questões atinentes ao funcionamento da própria empresa. Para o fim de sistematizar a aplicação prática do ESG, algumas organizações internacionais têm se empenhado em detalhar essa aplicação e em desenvolver índices universais para mensurar o engajamento das mais variadas empresas com os parâmetros ESG.

Uma parte importante desse esforço diz respeito à demonstração da adoção das práticas ESG por parte das organizações, o que envolve a mensuração, compilação e divulgação de informações, em sua maioria, não financeiras. Assim, surge a dificuldade de medir objetivamente o impacto da adoção do ESG e também da evolução das melhores práticas dentro da empresa.

Para enfrentar esse problema, surgiram alguns grupos de indicadores voltados à medição do nível de compromisso das empresas com a agenda ESG.

Dentre eles, podemos citar os desenvolvimentos por organizações como International Organization for Standardization (pela ISO 14001), a International Integrated Reporting Council (IIRC), a Climate Disclosure Standards Board (CDSB), a Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD) e outras. Não há ainda uma padronização dos índices ESG.

Pilares do ESG

A análise da sigla do ESG ajuda a entender os pilares que sustentam esse novo paradigma de sustentabilidade: Ambiental, Social e Governança.

O aspecto ambiental diz respeito às práticas das empresas e entidades voltadas ao uso consciente dos recursos naturais. Nesse particular, alguns temas relevantes incluem emissão de gases do efeito estufa, aquecimento global, desmatamento, biodiversidade, gestão de resíduos sólidos, energias renováveis, etc.

Por seu turno, o aspecto social envolve a responsabilidade social assumida pela empresa ou organização no tocante ao seu impacto sobre as comunidades locais e a sociedade em geral. Desse modo, os temas mais importantes nesse aspecto são direitos trabalhistas, diversidade, satisfação de clientes, proteção de dados, investimento social, filantropia, relacionamento com comunidades locais e a prática de preços e salários justos.

Por fim, a governança se relaciona com os processos, políticas, orientações e estratégias voltadas à boa administração das entidades e empresas. Nesta temática, são relevantes questões como independência dos conselhos e da auditoria interna, composição dos membros, conduta dos executivos, medidas contra corrupção, canais de denúncia para casos de assédio e discriminação, transparência, remuneração, respeito à legislação etc.

O que se nota é que os três temas estão intimamente ligados, de uma forma ou de outra, uma vez que é a partir da governança que ocorre a orientação, a fiscalização e o reporte do cumprimento de práticas ambientalmente sustentáveis e socialmente responsáveis.

Conheça os impactos

Nos últimos anos, tem se tornado cada vez mais claro que a adoção dos princípios ESG apresenta benefícios além das áreas ambiental e social. De acordo com pesquisa realizada pelo The Boston Consulting Group em 2017, as empresas com melhor desempenho em ESG apresentam margens mais altas de valorização do que aquelas que não se preocuparam com a adoção desses critérios.

Outra pesquisa, levada a cabo pelo Global Network of Director Institutes, demonstrou que cerca de 85% de uma amostra de 2 mil conselheiros de empresas opinaram que, a longo prazo, haverá um foco maior em questão de ESG, bem como aquelas relacionadas à sustentabilidade e à geração de valor para stakeholders (partes interessadas).

Além disso, uma terceira pesquisa, realizada pela consultoria McKinsey, registrou que 83% de profissionais de investimento e executivos acreditam que programas ESG irão contribuir para a geração de valor para shareholders (acionistas) nos próximos anos.

Nos últimos anos, as temáticas ESG se tornaram elementos importantes nas decisões de investimento e nas análises de risco de fundos de pensão, bancos, gestores, investidores institucionais e até mesmo de varejo.

Assim, o ESG passou a ser um dos critérios para a alocação de capital, o que tem como impacto uma maior pressão sobre as empresas para adotar as suas práticas sustentáveis e responsáveis.

Esse impacto pode ser verificado a partir de dados da PwC, segundo os quais pouco mais da metade (57%) dos fundos mútuos europeus investirão em ativos que levam em conta os parâmetros ESG até o ano de 2025. Em números, isso monta uma cifra de, aproximadamente, 9 trilhões de dólares.

Ainda segundo pesquisa da PwC, a maioria dos investidores institucionais consultados (77%) afirmaram que tem planos para cessar a compra de ativos não ESG nos próximos anos.

Percebe-se, assim, um movimento cada vez mais intenso por parte do mercado da incorporação de fatores ESG às métricas tradicionais de avaliação financeira e operacional das empresas. Com isso, busca-se uma maneira mais holística de averiguar o compromisso da organização com os temas ESG e aferir os riscos para o negócio em longo prazo.

Portanto, a adoção do ESG para alterar a atuação da empresa tem tido o impacto mais e mais sentido de sinalizar ao mercado um maior comprometimento com temas pertinentes, os quais ganham um peso cada vez maior na avaliação empresarial e na gestão de riscos.

As empresas que adotam os parâmetros ESG para formatar as suas atividades têm conseguido ganhar credibilidade não só junto aos investidores, mas também com os consumidores e outros stakeholders, a exemplo de autoridades governamentais.

Os impactos para a empresa e para as demais partes interessadas são positivos em longo prazo, o que configura uma relação “ganha-ganha” para todos.

Saiba como se tornar uma empresa ESG

O que deve ser feito para tornar a empresa ESG?

O caminho para se tornar uma empresa ESG começa pelo planejamento estratégico. Desse modo, o primeiro passo desse esforço é entender o que motiva a empresa e fazer o alinhamento de expectativas com base na realidade.

Um programa de responsabilidade, sustentabilidade e governança nos moldes ESG não surge de forma imediata, nem há uma receita de bolo para aplicar de forma universal a todo tipo de entidade. Na verdade, a cultura organizacional leva algum tempo para ser remodelada, já que não é possível adotar um novo pensamento e modelo de trabalho sem adequar os processos para esse paradigma.

Vale lembrar que a avaliação positiva da empresa é consequência e não o objetivo principal, uma vez que só é possível avaliar algo que é efetivamente aplicado. Assim, o relatório ou rating não deve guiar o começo de um programa ESG, mas sim o foco em implementar ações e estratégias conscientes e sustentáveis.

Focar apenas nas demonstrações de adoção ESG é privilegiar a forma sobre o conteúdo, o que também torna o relatório vazio, “para inglês ver”. De fato, é preciso salientar que adotar os parâmetros ESG não é mera ação publicitária para melhorar a imagem da empresa, embora possa ter esse efeito em longo prazo.

Na verdade, tornar uma empresa ESG é um esforço de repensar todo o modelo de negócio, reavaliando todas as soluções empregadas e a forma de lidar com os mais diversos stakeholders, para além dos interesses dos proprietários e dos executivos por lucros rápidos e altos bônus de remuneração.

Uma organização ESG, antes, tem a consciência de que os recursos naturais são finitos e sua atividade tem impactos sobre a comunidade circundante. Desse modo, ser ESG é sinônimo de atuar eticamente e com respeito às pessoas, às outras organizações, à sociedade e ao ecossistema.

Um passo na direção certa é angariar o apoio da alta administração da empresa. Do contrário, as iniciativas ESG não ganharão tração no todo da organização. Isso porque um programa ESG impacta todos os processos da empresa, afetando também sua estratégia e sua visão. Desse modo, os esforços e o exemplo devem passar pelo andar de cima.

Para iniciar o processo, deve-se partir de um diagnóstico de todas as ações e processos correntes da organização, mas não só. É igualmente necessária uma visão mais geral sobre todo o negócio, incluindo um mapeamento das estratégias e uma análise SWOT, permitindo assim a identificação de gargalos e oportunidades.

Nessa análise abrangente, a perspectiva de diversos grupos de stakeholders deve ser considerada. Além disso, deve ser prontamente estabelecido um diálogo com o setor responsável pela gestão de riscos corporativos, algo essencial para a transformação ESG.

Aliando-se esses dois pontos, fica mais simples realizar a integração entre as áreas de sustentabilidade e de riscos estratégicos, por exemplo, com o registro de impactos ambientais em relatórios de risco.

Em suma, tornar-se uma empresa ESG é adequá-la às necessidades de nossos tempos, integrando a continuidade do negócio à sua responsabilidade e sustentabilidade socioambientais. Com esse novo paradigma, busca-se mudar o mundo e fazer parte dele.

Ações que as empresas podem fazer

Uma vez entendido o pensamento por trás da adoção de um programa ESG, quais ações concretas podem ser tomadas pela empresa nesse sentido?

No seu aspecto ambiental, o Fórum Econômico Mundial destacou alguns pontos que devem ter prioridade na atenção das empresas, os quais incluem emissões de carbono, uso de água potável e mudanças climáticas.

A gestão de resíduos líquidos e sólidos é uma forma eficaz de enfrentar os impactos da atividade empresarial sobre o meio ambiente, atuando para prevenir a poluição das águas, do ar e do solo.

Otimizar o consumo de recursos naturais também é uma maneira de atenuar esses impactos, com a implementação de programas para reduzir o consumo desses recursos escassos nos processos produtivos.

Além disso, alterar as embalagens dos produtos comercializados é uma medida salutar. Vale destacar que, em meio a tantas opções biodegradáveis e recicláveis no mercado, reestruturar as embalagens pode, inclusive, ser uma forma de reduzir despesas.

Na esfera social, a adoção de medidas para melhorar a diversidade dos recursos humanos é uma ação adequada aos padrões ESG, por exemplo, mediante programas de inclusão de minorias sociais em cargos de gerência.

Além disso, ações relacionadas à saúde dos colaboradores, como ginástica laboral e acompanhamento psicológico, são importantes para manter um ambiente de trabalho saudável. Ademais, a oferta constante de treinamentos, capacitação e desenvolvimento dos colaboradores é uma forma de profissionalizar as equipes e melhorar índices de engajamento, retenção e produtividade.

Fora da empresa, ações de cunho social envolvem o investimento em projetos que visam fomentar melhorias na educação, na saúde, na segurança e, em geral, no bem-estar econômico de comunidades locais, o que tem como efeitos positivos um potencial aumento de consumidores, fornecedores e da força de trabalho, reduzindo conflitos com a sociedade e melhorando o engajamento com a organização.

No que diz respeito à governança, as ações nessa esfera têm como objetivo principal o cuidado com a saúde financeira e operacional da empresa. Nesse sentido, a criação de um sistema eficiente de compliance e gestão de risco são de suma importância.

Outras medidas incluem o treinamento de líderes, a criação de um conselho de administração independente e o reforço de práticas de transparência.

Quais as iniciativas globais em ESG?

Pode-se observar diversas iniciativas internacionais no sentido de estimular a adoção dos princípios ESG por empresas e organizações dos quatro cantos do planeta.

Como exemplos, podemos citar a Agenda 2030, que compila os dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas para os 193 países envolvidos, e o Acordo de Paris, que é um tratado mundial que visa mitigar o aquecimento global.

Além disso, não podemos esquecer do Ambição pelos ODS, desafio lançado pelo Pacto Global para que empresas se engajem mais no combate à crise do meio ambiente.

Como melhorar o índice ESG da sua empresa?

Embora não haja uma padronização em torno dos indicadores adotados para ESG, três principais índices cumprem esse papel no âmbito da bolsa de valores brasileira, a B3.

Para poder melhorar o nível ESG de sua empresa, faz-se necessário entender o que cada um desses índices levam em consideração, para poder direcionar ações para melhorar esses pontos específicos.

O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) tem como foco os processos internos da corporação, principalmente aqueles relacionados ao combate à corrupção e à transparência, bem como ações sociais e ambientais.

O Índice de Carbono Eficiente (ICO2) enfoca as políticas voltadas à redução das emissões de carbono, à utilização sustentável de recursos naturais e ao descarte correto de resíduos líquidos e sólidos.

Por fim, o Índice de Governança Corporativa (IGCT) diz respeito às práticas adotadas na gestão empresarial, destacando a implementação de medidas que estimulem a diversidade, a ética, a independência e a transparência.

Conclusão

Pelo andar da carruagem, o mundo está caminhando para um desastre climático sem precedentes. Os principais afetados são, como se poderia esperar, as populações mais vulneráveis, incluindo diversas minorias sociais.

Já é tempo de reconhecer a responsabilidade pelos impactos causados ao meio ambiente e à sociedade pelas atividades desenvolvidas pelas empresas. Nesse sentido, surgiu o paradigma ESG, que visa atacar as questões ambiental, social e de governança.

A adoção do ESG nas empresas é uma forma de transformá-las, mediante diversas medidas e mudanças em processos, estratégias e visões, em organizações ambientalmente sustentáveis, socialmente responsáveis e adequadamente administradas.

Os resultados dessa adoção ultrapassam as esferas meramente social e ambiental, trazendo também ganhos econômicos palpáveis em longo prazo. Assim, tornar a empresa ESG não é apenas se preocupar com o futuro do planeta e da humanidade, mas também da própria empresa.

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